SENTIMENTO ANTI-CHINA: DISTANCIAMENTO CULTURAL E COVID-19
Exposição do tema
Após a Morte de Mao Zedong em 1976 e a eleição de Deng Xiaoping dois anos depois, a República Popular da China (RPC) passou por reformas econômicas, fiscais e militares importantes que a inseriram no cenário internacional como um player de peso. Nas últimas duas décadas as forças chamadas de hard power – força militar e econômica – cresceram descomunalmente, apesar disso, a China tem se esforçado para se mostrar como um membro da comunidade internacional confiável, cooperativo, soberano e pacífico, apesar de sua assertividade nas relações internacionais – o que gera respostas negativas dos países asiáticos e principalmente ocidentais, sobretudo os Estados Unidos (EUA) [Li, 2010: 58].
Apesar de a economia de livre mercado chinesa despontar como a maior do mundo – com média de crescimento de 8.0% no últimos vinte anos, enquanto a média mundial é de apenas 2,5% [Huang, et al., 2013] – o fato de o regime ser um socialismo totalitarista basta para que muitos países apontem o país como descumpridor de alguns dos direitos básicos do ser humano – de acordo com a Anistia Internacional, em Relatório Anual de 2019, o governo chinês continua a “intimidar, assediar e processar defensores dos direitos humanos e ONGs independes, incluindo promovendo invasões em suas casas e escritórios.”
Com o atual cenário de pandemia mundial causado pelo surgimento do vírus COVID-19, diversos países ao redor do mundo passaram por períodos de quarentena para tentar conter o número de mortes que ruma aos 100 milhões de mortos no período em que este artigo é escrito. Como o início das contaminações fora rastreado até a RPC, na cidade de Wuhan, o sentimento Anti-China cresceu consideravelmente nos últimos meses – não só um sentimento sinofóbico, mas que atinge outras pessoas de origem asiática. No início do surto de contaminação, o uso dos termos “Wuhan virus” (vírus de Wuhan) e “chinese virus” (vírus chinês) fora vinculado nas mídias internacionais, sendo reproduzido inclusive pelo atual presidente dos EUA, Donald Trump [Tessler, et al., 2020].
Pesquisa de opinião de estadunidenses em
relação à China
Fonte: Laura Silver, et al. “American Fault China for the Role in the
Spread of COVID-19.” Pew
Research Center, 30/07/2020. Tradução Própria. Acesso em 9 de setembro de 2020.
Disponível em <https://www.pewresearch.org/global/2020/07/30/americans-fault-china-for-its-role-in-the-spread-of-covid-19/>.
As pesquisas de opinião dos estadunidenses frente à China e ao COVID-19 realizadas pela Pew Research Center revelam ainda que a maior parte das opiniões negativas em relação aos chineses provém de pessoas que se identificam como Republicanas e que possuem mais de 50 anos de idade. Segundo o filósofo William von Hippel [BBC, 17/07/2015], as pessoas mais velhas tendem a expressar mais pensamentos inadequados – racistas, xenofóbicos e etc. – porque tem mais dificuldade em encontrar as palavras que procuram para se expressar, utilizando termos imbuídos em nossa subconsciente e que antes eram suprimidos.
James Griffths [CNN, 30/04/2020] aponta outras personalidades influentes que culpam o governo chinês pela pandemia viral, e utilizam os termos “gripe da China”, “vírus do PCC” (Partido Comunista Chinês) e “gripe de Xi” (Xi Jinping é o atual presidente da RPC). Contudo, o jornalista aponta ainda que a China foi um dos países que melhor lidou com a crise, destacando as qualidades socialistas do país – principalmente em relação à saúde pública – e “os benefícios de um governo forte e de um planejamento centralizado”, refutando os comentários de Andrew Adonis e a ideia de que o Corona vírus seja a peça que faltava para o regime chinês cair.
Apesar das acusações de muitos países em relação à China e a sua responsabilidade quanto a pandemia mundial, Edmond Ng [2020] aponta que muitos dos comportamentos xenofóbicos apresentados com maior evidência atualmente podem ter raízes na falta de conhecimento sobre as normas culturais e eventos históricos que permeiam os países orientais. O autor aponta, por exemplo, o uso das máscaras como um dever civil que os asiáticos apresentam, um ritual diário de cuidado, tal como o de lavar as mãos e tomar banho. Donald Low em entrevista à BBC [Tessa Wong, 12/05/2020] diz que o uso de máscaras é como “por um uniforme, um ritual comportamental.”
De acordo com a
cultura ocidental, o contato visual e as expressões faciais são valorizadas
para que a comunicação seja considerada eficiente, contudo, os países asiáticos
possuem uma cultura um pouco diferente. O uso de máscaras durante a temporada
de frio serve para prevenir que não pegue um resfriado e, caso já esteja
doente, que não contamine outras pessoas a sua volta. Fora isso, as máscaras
são utilizadas para esquentar o rosto, bem como para cobrir uma boca ferida ou
um nariz vermelho por conta de alergias e outros vírus, como o herpes –
popularmente conhecido como “sapinho” no Brasil. O costume de usar máscaras
fora ainda mais difundido após o surto de SARS-coronavirus (Síndrome
Respiratória Aguda Grave) que atingiu a China entre os anos de 2002 e 2003
[Leung; Kong 12/03/2020].
HISTÓRIA CHINESA
O distanciamento entre a China e o ocidente não é de hoje, o que pode explicar a sinofobia enfrentada por muitos chineses em países ocidentais. O medo do desconhecido está presente no homem desde os primórdios e, “mesmo que envolva o coletivo, parte do pressuposto de que é um sentimento individual”, sentimento este que estabelece uma relação entre o um e outro sujeito ou entre um indivíduo e um objeto [Tavares; Barbosa, 2014: 20]. A necessidade de o homem ter medo do que não conhece servia como defesa e garantia de sobrevivência, é uma reação comportamental diante de estímulos que nossos corpos entendem como ameaçadores [BenderHaydu, et al., 2013].
A China já existia antes das civilizações gregas, quando os ideogramas tradicionais foram desenvolvidos, se estima que o antigo Egito era uma potência tecnológica. Acredita-se que os chineses já possuíam noções matemáticas e de cronologia de tempo por conta de achados astronômicos encontrados por sino-historiadores [Gutzlaff, 1834]. A região em que hoje se encontra a RPC era tomada por diferentes guerras civis, ao final de cada período de conflito, a sociedade chinesa era reformulada “como que por uma lei imutável da natureza.” [Kissinger, 2011: 24]. Segundo Charles Gutzlaff [1834: 56], muito se deve a constituição do povo chinês que possuem como principais caraterísticas a “polidez, afabilidade, gentileza e generosidade.”
Com as delimitações do território chinês, o primeiro imperador catalogado na história chinesa deu origem à Dinastia Qin (秦朝), que reinou a China por volta de -247 a -221 antes do nosso tempo. O primeiro contato comercial entre a China e o Ocidente se deu através da seda: a Roma Antiga tivera acesso ao produto através da Síria, conquistada 64 anos antes do século I. Os sírios, por sua vez, tinham obtido acesso ao produto chinês por meio dos nômades Xiongnu – uma das ameaças à unificação chinesa que originou a necessidade de construir a Grande Muralha; iniciada em -1046 e finalizada apenas em 1644, passando por quatro dinastias chinesas diferentes [Drège, 2002: 15-17].
A Muralhada China tem grande importância para a compreensão do pensamento chinês do início do milênio e que moldaram as percepções ocidentais sobre o país: a necessidade de proteção contra invasores estrangeiros [Werner, 1888]. O Império do Meio (中国) por muitos milênios fora distanciada do Ocidente por própria iniciativa, as outras civilizações não eram consideradas civilizadas o bastante para manter contatos periódicos – por volta do século X, durante a Dinastia Song (王朝), os chineses já dominavam as tecnologia náutica, mas não havia interesse do Imperador em colonizar nenhum outro território. Entre os anos de 1405 e 1433 o Imperador da Dinastia Ming (明朝) enviou seu almirante Zheng He (郑和) para descobrir localidades nunca exploradas [Kissinger, 2011]. De acordo com o que é sabido hoje, o almirante Zheng He fora responsável por fornecer os mapas que permitiram Cristóvão Colombo a “descobrir” a América em 1492 [Blau, 21/05/2015].
Os chamados bárbaros não eram bem-vindos no Império do Meio, “na versão chinesa do excepcionalismo, a China não exportava suas ideias, mas deixava que os outros viessem buscá-las.” [Kissinger, 2011: 35], e não demorou muito para que a China fosse requisitada. Já no século XIX, a Inglaterra passou a desejar manter relações próximas e permanentes com o país, desejando estabelecer uma embaixada inglesa em território chinês – uma vez que a civilização era considerada avançada e evoluída o suficiente para resistir à colonização [Kissinger, 2011]. A recursa chinesa em realizar trocas comerciais aos moldes ingleses culminaram em uma série de conflitos armados entre a China e a Inglaterra, o mais conhecido chamado de Guerra do Ópio.
O ópio é extraído da papoula, e é conhecido desde os primórdios pela civilização, é uma droga depressora do sistema, retardando a percepção da pessoa do que está acontecendo, podendo ser utilizado de diversas formas – através do fumo, comido cru ou em bebida – é uma droga viciante. O hábito de fumar o ópio na China surgiu ainda no século XVII e a exportação do material fora autorizada no século seguinte, contudo, no início de 1800 o Império chinês baixou decreto proibindo a exportação do ópio, temendo que o consumo inescrupuloso não fosse do interesse chinês [Duarte, 2005].
Em meados do século XIX, contudo, o Imperador Qin descobriu que carregamentos ilegais de ópio eram exportados em Macau, um dos portos chineses com maior movimentação à época. A colônia britânica na Índia cultivava a papoula e a vendia para comerciantes da Inglaterra e dos Estados Unidos, ao tentar prender os estoques de ópio no porto chinês e fracassando, a missão do oficial Lin fora prender os envolvidos. Como retaliação a Inglaterra bloqueou os navios chineses no porto e detivessem qualquer outro que estivesse em alto mar – se deu início a Guerra do Ópio [Kissinger, 2011: 61-63].
O primeiro embate durou entre 1832-1842, terminando com a assinatura do Tratado de Nanquim, um acordo desigual que fornecia garantias comerciais especiais aos britânicos nos principais portos chineses, além de indenização pelo “transtorno” e, por fim, cedia Hong Kong ao controle da Inglaterra. A China, sabendo de sua posição desprivilegiada tentou reagir e em 1856 se deu o segundo embate que durou de 1856 a 1860. Apesar dos esforços chineses, o tratado desigual se manteve e a Inglaterra fez com que a China permitisse o consumo de ópio em seu território. Esse período é conhecido pelos chineses como Século da Humilhação.
O Século da Humilhação teve grande impacto na vida dos chineses, o que mais tarde culminaria na Revolução Comunista que colocou o Partido Comunista Chinês no poder, em 1949. Com a ascensão do comunismo na China, outro período de isolacionismo fora imposto por Mao Zedong, o novo líder chinês desenvolveria uma série de planos econômicos, fiscais e militares para redimir a China de seu passado e recuperar sua glória como Império do Meio. Apesar do Plano Quinquenal (1953-1957) e conseguinte Revolução Cultural, Mao não fora bem sucedido em seu plano. Apesar disso, a população chinesa tornou-se forte e resiliente, o que seria pertinente para a continuidade do regime [Sheng, 2012].
Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e a conseguinte polarização mundial entre as duas maiores potências da época, Estados Unidos e a União das Repúblicas Soviéticas (URSS), a Ásia Central fora isolada em relação ao ocidente durante a conhecida Guerra Fria (GF) – período que durou entre 1947 e 1991, terminando com a queda do regime comunista da URSS. A RPC, aliada da URSS até meados dos anos 1960 começara um processo lento de abertura para o ocidente, acelerado por Deng Xiaoping após a morte de Mao Zedong. Apesar da abertura comercial, a barreira linguística e cultural ainda é um problema para a China do século XXI, mesmo as traduções não refletem a sociedade chinesa com fidelidade: por conta das diferenças entre os padrões de pensamento entre as duas nações e as diferenças gramaticais presentes nas duas línguas, as traduções são comprometidas [Brazill, 2016; Sun, 2012].
Ao longo dos governos de Jiang Zemin (江泽民), Hu Jintao (胡锦涛) e agora Xi Jinping, o país vem aprofundando de forma gradual a atuação da China nos órgãos internacionais, tanto no fomento das Organizações Internacionais (OIs), quanto no discurso utilizado pelos embaixadores chineses e outros membros do corpo diplomático através da diplomacia [Wang, 2008; Kurlantzick,2007]. É interessante notar que, apesar da insegurança ocidental quanto ao crescimento chinês, a China tenta jogar com as regras do Ocidente e, principalmente dos Estados Unidos e das OIs do pós-Grande Guerras e pós-Guerra Fria. Ademais, o papel que a República Popular da China tem empregado na sociedade internacional condiz com o discurso de ascensão pacífica e seu lugar político e econômico [Gupta, 2013].
CONCLUSÃO
Muitos dos medos e inseguranças que temos provém da falta de informação. Hoje em dia, com tantos meios de comunicação confiáveis e as redes sociais, não é difícil descobrir sobre algo que não conhecemos. A cultura chinesa é vasta, há milênios para se estudar e descobrir um pouco mais sobre os chineses, seus hábitos e costumes. A afirmação de que “chineses comem de tudo” por exemplo, ignora o fato de que o mercado de animais silvestres surgiram de uma necessidade oriunda da fome extrema que a população teve que enfrentar com seu aumento constante – além disso, esses mercados de animais silvestres não existem em toda a China, apenas em algumas localidades específicas.
Povos
originários brasileiros também se alimentam de animais silvestres, tanto por
necessidade como cultura, como na China, e é um dos fatos sobre o país que não
podemos deixar de pesquisar quando procuramos saber sobre algo. Existem muitas
verdades, mas fatos são poucos e é importante que em tempos de desinformação e
as chamadas fake News nos informemos em fontes seguras e que não
alimentem fobias culturais. Os chineses são um povo muito resiliente, temos
muito em comum com eles, e devemos deixar a insegurança de lado e conhecer um
pouco mais sobre as curiosidades sobre o imenso país conhecido como China.
REFERÊNCIAS
Ester Pereira de
Almeida Santos é bacharel em Relações Internacional pela Universidade Anhembi
Morumbi (UAM) e atualmente cria conteúdo para o blog de iniciativa própria
intitulado “China, é você?” [https://chinaisthatyou.wordpress.com].
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Internacional. “China 2019.” Disponível em <https://www.amnesty.org/en/countries/asia-and-the-pacific/china/report-china/>. Acesso em 07 de setembro de 2020.
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em 08 de setembro de 2020.
Olá!
ResponderExcluirInteressante reflexão seu texto traz.
Recentemente as redes sociais foram inundadas por uma série de falas eivadas de preconceito e xenofobia em relação à milenar cultura chinesa. Notadamente, tais opiniões refletem uma visão míope que boa parte do "mundo ocidental" tem em relação ao extremo Oriente.
Hoje em dia, como muito bem destacado no texto, com tantas opções e ferramentas para se buscar o conhecer, tal prática pejorativa é ainda mais inaceitável.
Questiono: de que forma o historiador, professor ou qualquer outro profissional pode contribuir para que isto possa ser superado? O que a atuação docente pode fazer para que os jovens percebam que tal distorção ótica é uma falha homérica?
Grato pela atenção.
Willian Spengler
Olá, parabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirBom, é nítido que a falta de informações completas e amplas a respeito da China induzem as pessoas ao erro e ao consequente preconceito, isso, porque aceitam uma única versão a respeito desse país e não há a preocupação em buscar conhecer o todo em sua amplitude. Nesse sentido, em sala de aula, qual a melhor maneira do professor desmitificar os esteriótipos que cercam os chineses com seus alunos adolescentes?
Att,
Josefa Robervania de Albuquerque Barbosa.
Prezada Ester Santos, Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirVivemos, de fato, um momento em que é bastante visível os estereótipos que marcam uma outra China, aquela existente no imaginário de um discurso do Ocidente criado durante séculos.
No entanto, como desconstruir tudo isso? De acordo com a sua experiência nos estudos sobre o Oriente, o livro didático de história cumpre o papel de desmontar esse imaginário?
Olá autora! Muito bom e esclarecedor o texto, parabéns. Eu Gostaria de saber se você acha que fake news e forte desconhecimento a cerca da China é uma forma de isola-la e amedrontar a população ocidental, já que tal país dito comunista está a caminho de superar os Estados Unidos como a principal potência mundial, ameaçando o sistema capitalista? Desde já agradeço.
ResponderExcluirGiovanna Mayara de Souza Lima
Boa tarde Ester,
ResponderExcluirGostaria de saber se você considera que esse sentimento anti-china, nesse momento de pandemia, tem sido retroalimentado de sobremaneira por questões economicas e políticas mais do que culturais, especificamente em relação aos EUA que te muita influência no Brasil?
No mesmo sentido, como você considera o impacto das grandes mídias na (re)produção de estereótipos e de um sentimento anti-china?
Matheus Oliveira de Paula.
Prezada Ester Santos, Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirVivemos, de fato, um momento em que é bastante visível os estereótipos que marcam uma outra China, aquela existente no imaginário de um discurso do Ocidente criado durante séculos.
No entanto, como desconstruir tudo isso? De acordo com a sua experiência nos estudos sobre o Oriente, o livro didático de história cumpre o papel de desmontar esse imaginário?
Obrigado!
Att,
Rivaldo Amador de Sousa
Parabéns pelo texto de excelente reflexão. A tentativa de inferiorização do povo chinês nas Américas, assim como foi feito com os africanos entre outros povos, tem por objetivo enaltecer o continente europeu. A China, em quase todos os períodos históricos despontou como potência mundial. Qual a sua opinião sobre o papel da mídia e por que não, dos livros didáticos para a desconstrução dessa imagem inferiorizada?
ResponderExcluirOlá, Ester!
ResponderExcluirMuito reflexivo o seu texto!!! Realmente, conhecer a sociedade chinesa é desmistificar muitos mitos. Bem verdade, o contexto político que lá existe é impactante aos olhos do mundo, do Brasil. E para completar o índice de desconfiança, o vírus COVID 19, injetou outras ideias negativas: "tudo com c não presta...casa, cloroquina, coronavírus, etc. É verdade que as pessoas mais velhas rejeitam a China e ainda mais agora com esse translado de SEMENTES MISTERIOSAS. Vejo porém, como você bem cita, um povo que cai e se levanta das cinzas. Muito ordeiros com suas regras... e isso passa ao mundo que ainda desconhece essa
gente, que vale a pena RESPEITAR,VIVENCIAR e ACOLHER O POVO CHINÊS!
ESQUECI DE CITAR ALGO MUITO GRAVE! A BNCC RETIROU O ESTUDO DA CHINA, DA PÉRSIA, DA ÍNDIA E DO JAPÃO, DOS LIVROS DIDÁTICOS...COMO DESCONSTRUIR O PRECONCEITO???
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirParabéns pela pesquisa e por abordar um tema tão atual, apresentando nos um levantamento histórico excelente.
Quando estudamos a China, logo nos vem à mente uma visão estereotipada, reforçada ainda mais final do Séc. XX pela mídia, de uma nação gigantesca, explorada e controlada por um regime comunista "terrível".
Aos poucos o mundo ocidental vem percebendo e principalmente, sentindo nas suas economias o grande potencial comercial desta gigantesca nação.
A China talvez por permanecer fechada as relações com o ocidente, por um certo período, permitiu a criação de uma imagem estereotipada desta nação, sempre vista através de um olhar crítico pelas nações “livres” capitalistas.
A mídia ocidental de certa maneira buscava apresentar o lado exótico dos chineses e muito reforçou o estereótipo de submissão, inferioridade e de preconceitos contra chineses e asiáticos.
Fato é que o poderio econômico que a China vem alcançando na atualidade, ameaça abertamente os interesses econômicos do EUA.
No Brasil por exemplo autoridades do estado, até poucos dias atrás destilavam abertamente preconceitos contra chineses, basta lembrar das polêmicas falas do Ex-ministro da Educação Abraham Weintraub que usou rede social para indicar que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise do coronavírus.
Situações como essas em pleno ano de 2020, nos fazem refletir que muito temos ainda que fazer para desmistificar a cultura Chinesa no Brasil.
Você saberia nos informar se existe alguma política pública por parte do governo Chinês, para a combater este tipo de preconceito e /ou divulgar uma imagem positiva da China na atualidade?
Wander da Silva Mendes.
Olá, Ester. Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirTendo em vista que até mesmo fontes de informações ditas como confiáveis, ou que pelo menos deveriam ser, como jornais de grande circulação e pessoas de influência na mídia realizaram comentários relativos ao vírus de forma xenofóbica, ao nomeá-lo como um vírus chinês, o que acarreta em uma carga de responsabilização pela pandemia à china, e levando em consideração que a disseminação dessas falsas informações estão cercadas por aspectos políticos, econômicos e culturais, como trabalhar essa temática durante e após a pandemia em sala de aula e evitar que esses alunos pratiquem xenofobia contra orientais e descendentes? E por fim, durante a sua pesquisa foi possível perceber os efeitos do sentimento anti-china no Brasil? Isso chegou a afetar diretamente os imigrantes e descendentes de povos orientais que vivem aqui?
Desde já agradeço pela atenção!
Rayra Torquato de Lima
Olá, Ester!
ResponderExcluirMuito rico e interessante o teu trabalho, ainda mais nesse momento de desinformação em que as pessoas buscam "um rosto para odiar". O preconceito com os povos asiáticos é antigo, as "piadinhas" com o sotaque e os fenótipos dos orientais, infelizmente, permeiam o senso comum e com a visibilidade da internet, poluem as redes com xenofobia e desrespeito.
Minha dúvida se une às dúvidas de outros colegas, de que forma podemos desconstruir esse preconceito em sala de aula? Ainda mais sem contar com o respaldo legal? (retirada dos estudos desses povos na BNCC)
Obrigada!
Letícia Mayer Borges