Matheus Eduardo Rezende Pereira

 

MANGÁ E SAMURAIS, MEMÓRIA NO JAPÃO DA DÉCADA DE 90


 

O estouro da bolha econômica do Japão nos anos 1990 levou a um questionamento das bases tradicionais da unidade e nacionalismo contemporâneo japonês, renovando as discussões sobre memória de elementos importantes na sociedade, como a dos samurais. Neste capítulo iremos analisar uma expressão da memória e representação dos samurais no Japão dos anos 1990, a partir do volume 1 do mangá “Blade, a Lâmina do Imortal” (Mugen no Juunin, Habitante do Infinito em tradução literal), do mangaká (autor e desenhista de mangás) Hiroaki Samura.

Argumentaremos que o mangá Blade foi uma expressão crítica a memória dos samurais, demonstrando uma visão alternativa desses personagens históricos ao tradicionalmente representado nos filmes e mangás, abordando questões como honra, o valor da vida e da lealdade. Primeiramente, faremos uma exposição dos gêneros cinematográficos e literários Chanbara (obras sobre samurais) e Jidaigeki (obras históricas japonesas), situando o autor e a publicação da obra. Em seguida, iremos expor o estado da arte do estudo de mangás, para, após isso, demonstrar nossas referências metodológicas e os conceitos de Yamato Damashii (espírito japonês) e do Bushido (Caminho do Guerreiro, conjunto de regras e práticas seguidos pelos samurais), e, então, partiremos para um exame mais atento da fonte.

É possível observar uma maneira tradicional de representações dos samurais na cultura japonesa, tido como o guerreiro guiado pela honra e disposto a sacrificar-se por ela, além de protetor dos fracos. Essa visão é muito presente em filmes do gênero Chanbara e Jidaigeki. Temos por exemplo dessa visão tradicional os filmes de Akira Kurosawa, Os Sete Samurai (1954), onde sete ronins (samurais sem mestre) protegem uma vila de ataque de bandidos, e O Forte Escondido (1958), em que um samurai protege uma princesa e ajuda a resgatar seu trono. Em ambos os filmes, é possível observar como os samurais possuíam um forte código de honra e o seguiam.

Encontramos um contraponto no filme Harakiri (1962) de Masaki Kobayashi. Nota-se uma representação diferente, em que uma crítica ao bushido é proposta a partir do protagonista. A reviravolta do enredo ocorre quando o protagonista mostra que os samurais que ele desafiou não eram tão honrados quanto alegavam ser, uma vez que, após serem derrotados em duelo por ele, se esconderam para evitar a vergonha e não cometerem o ritual do Harakiri (O suicídio que um samurai deve realizar quando seu senhor morrer, ou para limpar sua honra), que deviam fazer para manter sua honra. 

Na década de 90, é possível observar a visão tradicionalista dos samurais na obra de Nobuhiro Watsuki, Rurouni Kenshin (1994), conhecido no Brasil como Samurai X, e Vagabond (1999) de Takehiko Inoue. Ambas mostram a figura do samurai de maneira honrada, ainda que os protagonistas de ambas sejam ronins, eles mantêm o código de honra de uma maneira idealizada e heroica.

O mangá “Blade, a Lâmina do Imortal”, publicado entre 1993 e 2012, aparece como uma visão contrária a representação tradicional dos samurais. O autor, Hiroaki Samura, almejou desde a juventude ser mangaká, porém cursou Arte Clássica, onde preferia a arte em preto e branco a pintura a óleo. Samura não chegou a se formar, pois foi contratado antes pela Kodansha para iniciar a série Blade of the Immortal (JBC, s.d.). Na obra, o protagonista e vários personagens se mostram questionadores e subversivos a esse conjunto de regras e ética. Um evento da época de lançamento do mangá, o rompimento da bolha econômica japonesa, pode ter trazido a tona essa discussão, dado que em momentos de crise, memórias entram em disputa (POLLAK, 1989, p. 4). O crescimento econômico japonês nas décadas de 70 e 80, e a expectativa de que próximo século seria o século do Japão, foram dissolvidos com a crise dos anos 90, sendo chamada no Japão de “década perdida” (SUGUIMOTO, 2009, p. 353).      

O mangá é ambientado na era Tokugawa do Japão, durante o segundo ano da era Tenmei (1782), na região de Edo (atual Tóquio), e é centrada em dois personagens: Manji, um ronin e Rin Asano, filha de um samurai assassinado. A trama começa com Manji, um Hyakunin-guiri (matador de 100 pessoas) buscando recuperar seu “direito de morrer”. Ao ficar gravemente ferido em uma luta, Yaobikuni, uma monja, concede a ele o kessenchu (elixir da imortalidade), com o qual seu corpo se regenera, impedindo sua morte até que complete sua missão na terra, matar mil malfeitores. Rin, por outro lado, é uma garota que busca vingança pelo assassinato de sua família, e contrata Manji como Yojimbo (guarda costas) para ajudá-la a completar sua meta.

O estudo sobre mangás começou a receber mais atenção no Brasil a partir da década de 70, primeiramente pela área da Comunicação, que começou a analisar e abordar o mangá em seus estudos, com destaque para Sonia Bibe Luyten, pioneira desses estudos no Brasil, e fundadora do primeiro núcleo de estudos sobre mangá na década de 70 na USP. Em 1977, Luyten lançou a revista Quadreca, que na quarta edição em 1978 foi dedicada a mangá, com artigos como “O fantástico e desconhecido mundo das H.Q. japonesas” (LUYTEN, 1978 a) onde Sonia procurou apresentar a história e evolução do mangá até o ano de 1978, e também explicar a forma como mangás são produzidos e direcionados para o público, dividindo-os por idade e gênero. Na mesma edição da revista, os artigos “Formas de mangá” (LUYTEN, 1978 b) e “Técnicas de quadrinização” (LUYTEN, 1978 c) mostram as diferentes temáticas de mangá, a forma como são desenhados e a linguagem que expressam. O livro “Mangá: O poder dos Quadrinhos Japoneses” (LUYTEN, 1991) buscou compreender o universo do mangá, desde sua produção até sua difusão pelo Japão. Por fim, “Onomatopeia e Mimesis no Mangá” (LUYTEN, 2002), onde Luyten analisa a representação do som no mangá e a sua estética, compreendendo as formas de comunicação, expressão e linguística dos mangás.

Em 2010, o historiador Jean-Marie Bouissou publicou o artigo “Manga: A historical overview. Manga An anthology of global and cultural perspectives” (BOUISSOU, 2010), Bouissou trabalha com a recepção inicial do mangá no ocidente, uma vez que, quando essa forma de quadrinhos chegou ao ocidente, foi muito criticada por educadores, pais e Nipponófilos. Segundo o autor, eles consideravam o mangá uma representação de violência, vulgaridade e mal desenho, que não representava a cultura japonesa da elite e aristocracia que estavam acostumados, apesar de mangás, desde o seu início, representarem períodos históricos japoneses e seus personagens sociais com obras tratando sobre esses assuntos.

Como a produção historiográfica sobre mangá é escassa, essa pesquisa pretende contribuir para o crescimento da área, influenciando mais trabalhos no campo. A presente pesquisa buscará compreender as disputas de memória dos samurais presente na sociedade japonesa, procurando um maior entendimento da cultura e dos valores presentes no Japão durante a década de 90. A partir das representações presentes no mangá de Hiroaki Samura “Blade, A lâmina do imortal”. Obras que abordam períodos e personagens históricos em suas narrativas, dizem mais sobre sua época pela maneira que se comunicam do que o período que buscam representar.

A nossa referência teórica metodológica sobre memória terá como base o texto Memória e Identidade Social, do autor Michael Pollak (1992). Pollak discorreu sobre os diferentes elementos da memória, bem como o problema de ligação com a identidade social, analisando os fenômenos de projeção que ocorrem durante a organização das memórias individual e coletiva. O autor estabeleceu três critérios para a formação da memória: acontecimentos, lugares e personagens. O primeiro se refere a acontecimentos vividos pessoalmente, e os vividos pelo grupo que a pessoa se sente pertencente. O segundo se refere a lugares, que são a base de uma lembrança que marcou fortemente o indivíduo, por situações vividas por ele ou por seu grupo. O terceiro se refere a personagens conhecidos direta ou indiretamente, e de personagens não pertencentes ao espaço-tempo do indivíduo.

O pensamento do bushido atribuído aos samurais foi muito utilizada no nacionalismo japonês. O chamado espírito japonês (yamato damashii) buscou no bushido a combatividade e a lealdade presentes nesse código de honra (HIRATA, 1998, p. 3), como por exemplos os Kamikaze (vento divino) da Segunda Guerra, pilotos que jogavam seus aviões em alvos de batalha e morriam nessa ação, demonstrando a disposição em dar sua vida pelo seu país (HENSHALL, 1999, p. 53), representando o yamato damashii e o bushido. Já no Japão da década de 90, é possível observar essa mentalidade através dos salarymen (trabalhadores com longas jornadas de trabalho e baixa remuneração) que buscam mostrar sua lealdade às empresas e seus chefes à partir do seu esforço no trabalho (JONES & ERICSON, 2007, p. 188). Essa mentalidade também se expressou através do cinema e mangás ao longo da segunda metade do século XX.

O volume 1 do mangá é separado em dois capítulos, “Prelúdio- Pecador” e “Primeiro Ato- Domínio”. Podemos observar na arte do mangá, referências da cultura ocidental analisando a seguinte imagem:

 



Figura 1, 2 e 3 - "Blade, a Lâmina do Imortal". SP: Editora Conrad, 2004, volume 1. p.7, 8 e 30.


É possível observar o corte de cabelo no estilo Punk, tatuagens nos rostos dos personagens que remetem a cultura contemporânea ocidental, e design das roupas e das armas desenhadas (como a inscrição divina na arma). Por exemplo, os dois personagens mostrados acima, Jony Uofutsu (uo= peixe, futsu= alma morta, “peixe morto” uma homenagem a Johnny Rotten, vocalista da banda britânica Sex Pistols) e seu irmão Shido Hishiyasu, uma homenagem ao baixista Sid Vicious, também da banda Sex Pistols. No segundo capítulo, temos o personagem Kuroi Sabato (Kuroi= Preto, Sabato= Sabbath) uma homenagem a banda inglesa Black Sabbath.

No primeiro capítulo e em toda a obra, é possível observar um debate sobre a memória do Bushido, onde o protagonista do mangá Manji demonstra desprezo por essas regras. Uma vez que ele matou o seu senhor Horii Shiguenobu, um Hatamoto (Vassalo do Shogun), e se negou a cometer o Harakiri. Manji, ao ser abordado por um personagem que perguntou o motivo de suas ações, justifica dizendo que seu senhor era corrupto, e que as pessoas que Manji matou a mando dele eram simples agricultores que sofriam com impostos abusivos. O outro personagem o adverte dizendo da lealdade irrestrita que o samurai deve ter, não importando os motivos. Isso mostra um pensamento da mentalidade samurai, a aceitação resoluta da morte e de serviço ao seu senhor, exposta no livro Ha Gakure (Folhas Ocultas, 1716) escrito por Yamamoto Tsunenori, onde expôs os quatros mandamentos da filosofia samurai: nunca seja inconstante em relação ao Caminho do guerreiro; seja útil ao seu senhor; respeite seus ancestrais; supere o amor e o sofrimento, exista somente para o bem da humanidade. Manji então pergunta o porquê desses motivos serem tão nobres ao ponto de valer uma vida humana, mostrando o seu pensamento adverso as regras dos samurais.

No segundo capítulo, somos apresentados a outra protagonista, Rin Asano, que tem sua família morta pelo dojo Itto-Ryu (estilo da espada exclusa) do principal antagonista, Kagehisa Anotsu. A morte do pai de Rin em combate aborda a questão da ancestralidade, uma vez que o avô do antagonista foi expulso do Dojo da família de Rin, a Mutenichi-Ryu (estilo primeiro do céu vazio), e sofreu com a desonra e preconceito. Assim, Anotsu pretende derrotar todas escolas de espadachins do Japão e unificá-las sob sua égide, para honrar a memória de seu ancestral. Observa-se que o antagonista invoca um dos quatro mandamentos, utilizando de nobreza e das regras samurais para validar sua vingança. Por sua vez, Rin, ao encontrar Manji, agora um ronin, utiliza-se do mesmo argumento para convencer ele a ser seu Yojimbo (guarda-costas), para matar Anotsu e honrar a morte de seus familiares. Manji por sua vez, demonstra, novamente na história, sua falta de apreço pelas regras de honra, uma vez que reduz essa ancestralidade a apenas vingança pessoal.

Figura 4 - "Blade, a Lâmina do Imortal". SP: Editora Conrad, 2004, volume 1. p.79.


Figura 5 - "Blade, a Lâmina do Imortal". SP: Editora Conrad, 2004, volume 1. p.99.

 

Ainda no segundo capítulo, observamos a partir das imagens o personagem Kuroi Sabato, a representação de um samurai seguidor do Caminho de Waka (canção do Japão ou canção em harmonia), uma linha de estudo onde o samurai não era apenas guerreiro, mas também poeta, descrito no Livro dos Cinco Anéis (Go Rin No Sho, 1645), de Miyamoto Musashi, o conhecido ronin (samurai sem senhor) japonês. Kuroi, ao decorrer do segundo capítulo, se utiliza do argumento do amor para validar o fim da vida, numa tentativa de enobrecer suas ações. Manji, por sua vez, aponta a hipocrisia presente no pensamento de Sabato.

A rejeição das regras pelo protagonista demonstra uma discussão sobre a memória dos samurais no Japão dos anos 90. A visão expressada pelo autor do mangá questiona a representação clássica dos samurais, do valor da lealdade e da vida presentes na cultura tradicional. Dessa forma, pode ser vista como uma subversão ao nacionalismo japonês, com diversas representações ocidentais na obra, e críticas ao bushido, tradicionalmente representado de forma idealizada. Essa ruptura na memória nacional se dá à partir da crise japonesa nos anos 90, com o rompimento da bolha econômica do Japão, colocando em debate a ideologia dominante, e trazendo uma memória subterrânea à tona para a discussão.

 

Referências

Matheus Eduardo Rezende Pereira é estudante de História na Universidade Estadual de Londrina, e participante do Grupo de estudos da cultura oriental- GPECO (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/202961)

 

Fontes

SAMURA, Hiroaki. Blade - Lâmina do Imortal. SP: Editora Conrad, 2004.

 

Bibliografia

BOUISSOU, Jean-Marie. Manga A historical overview. Manga An anthology of global and cultural perspectives, p. 17-33, 2010.

HENSHALL, Kenneth G. A History of Japan. From Stone Age to Superpower-Palgrave Macmillan (1999).

HIRATA, Y. O destino do “Espírito Japonês”. Estudos Japoneses, n. 18, p. 23-35, 11.

INOUE, Tanehiko. Vagabond. SP: Editora Conrad, 1999.Projeto Quadreca. SP: v. 4, 1978.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Revista de Estudos Históricos, Rio de Janeiro. n. 3, v. 2. p. 3-15. 1989.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Revista de Estudos Históricos, Rio de Janeiro. n. 5, v. 10. p. 200-212., 1992.

WATSUKI, Nobuhiro. Samurai X. SP: Editora JBC, 1994.

 

Filmes

OS Sete Samurais. Direção: Akira Kurosawa. Japão: Toho, 1954.

HARAKIRI. Direção: Masaki Kobayashi. Japão: Shochiku, 1962.

FORTALEZA Escondida. Direção: Akira Kurosawa. Japão: Toho, 1958.


Site

Editora JBC, 2020. Disponível em: <https://editorajbc.com.br/mangas/colecao/blade-a-lamina-do-imortal/>.

 

11 comentários:

  1. Olá, Matheus Eduardo Rezende Pereira. Fico feliz e honrada por ler seu texto. Minha pergunta é em relação as referências. Por quais motivos o mangá Blade tem referências ocidentais contemporâneas se tratando de uma obra que busca representar um período histórico japonês? –Amanda Keiko Yokoyama.

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    1. Matheus Eduardo Rezende Pereira7 de outubro de 2020 às 17:42

      Os efeitos da globalização já estavam sendo sentidos no Japão. Assim, elementos ocidentais, principalmente dos EUA, representados na obra demonstram uma forma de inserção desse contato da cultura japonesa com o ocidente.

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  2. Olá Matheus, parabéns pelo trabalho. Gostaria de perguntar quais resquícios dessa memória ainda reside na sociedade japonesa atual ou se esta contestação da tradição já está avançada? - Lucas Yashinischi Batista

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    1. Matheus Eduardo Rezende Pereira7 de outubro de 2020 às 07:05

      Essa disputa de representação dos samurais ainda é presente na cultura japonesa, por exemplo, o live action do Samurai X de 2012/14. Contudo, visões alternativas na contra mão dessa imagem tradicional também continuam se perpetuando, o próprio Blade também uma adaptação em live action em 2014.

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  3. Olá Matheus Pereira.
    Primeiramente quero parabenizá-lo pelo texto.
    Sou professor de História na Educação Básica e nos últimos anos venho me aventurando em inserir Histórias em Quadrinhos, incluindo mangás, como um recurso pedagógico para o ensino de História.
    Minhas indagações: Qual sua opinião sobre a utilização de mangás como recurso pedagógico na Educação? E, segunda, quais seriam os principais cuidados que devemos ter ao trabalhar mangás em sala de aula com crianças do Ensino Fundamental anos finais para não cairmos numa visão estereotipada?
    Novamente parabéns pelo trabalho apresentado. Atenciosamente Fabian Filatow.

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    1. Matheus Eduardo Rezende Pereira9 de outubro de 2020 às 13:21

      Eu acho excelente o uso de quadrinhos e mangás nas aulas. Contudo, tem que tomar cuidado pra não tomar a representação como um espelho, mostrando que o jeito que o passado é representado nessas obras diz mais sobre o presente do que a época em questão. Em suma, temos que trabalhar com os alunos o que são narrativas históricas e como elas são construídas, sempre facilitando a identificação no presente.

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  4. Olá, Matheus, primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelo seu texto.
    Gostaria de saber se você pontua a construção do Samurai, ou até mesmo dos Ronins mais especificamente, já que na grande maioria dessa obras os mesmos não servem a senhores feudais, como uma forma de expressão de revolta da atualidade contra essa cultura conservadora (Toda questão da construção do Bushido e da honra do homem japonês)? De tentar descontruir essa imagem de como um homem japonês deve seguir como conduta social e moral.- Bruno Henrique Alves da Silva

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    1. Matheus Eduardo Rezende Pereira9 de outubro de 2020 às 13:18

      Depende muito da obra. No caso de Blade, sim, é usado como uma visão alternativa, mobilizando símbolos da contracultura (sex pistols e black sabbath, por exemplo). Em outros casos, porém, pode ser para reafirmar a visão tradicional. Portanto, temos que ver caso a caso.

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  5. Olá Matheus, parabéns pelo texto! E enquanto eu lia sobre a memória sobre os samurais me surgiu uma duvida e gostaria de utilizá-la para te perguntar: como você acha que o bushido se conecta do passado ao contemporâneo, visto que você mencionou os Kamikazes, gostaria de saber se há outras formas de identificar a existência do bushido que é parte da identidade que vemos no Japão?
    Rafael Victor Soares Amaral

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    1. Matheus Eduardo Rezende Pereira9 de outubro de 2020 às 13:17

      O bushido é mobilizado no nacionalismo moderno japonês, principalmente a noção de servir ao país e fazer tudo pela sua grandeza. Um exemplo é o salary-men, que são trabalhadores com longas jornadas e baixa remuneração, mas com um forte senso de honra e devoção a empresa e, consequentemente nessa lógica, ao país.

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