Tanya Mayara Kruger e Ariel Cherxes Batista

 

MASSACRE DE NAQUIM (1937-1938): UM OLHAR SOB A PERSPECTIVA DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO



A violência de gênero produz-se através das desigualdades de gênero, podendo se manifestar por meio de ameaças, agressões físicas, constrangimentos, abusos sexuais, estupros, assédio moral ou sexual. Para entendermos melhor a violência de gênero, é fundamental discutir o conceito de gênero.

De acordo com Joan Scott (1995), gênero é a organização social da diferença sexual. Diante das diferenças sexuais existentes, o gênero se constitui por meio das relações sociais. Scott (1995) acrescenta elementos que compõe a organização social e com isso constroem o feminino e o masculino. Para a autora, enquanto o saber a respeito das diferenças biológicas entre os sexos, gênero não reflete as diferenças corporais e naturais, mas sim o saber, a organização social que dão essas diferenças sexuais. O gênero está relacionado em fazer uma oposição ao determinismo biológico, no qual a diferença entre homens e mulheres determinavam as diferenças que ocorriam no cotidiano social. Essas diferenças biológicas são transferidas para o campo social, sendo assim naturalizadas. As diferenças são percebidas como natural e inevitáveis, sendo, portanto, legitimada.

De acordo com Pierre Bourdieu (2009) a socialização de gênero tem base numa existência relacional, em que cada um se constitui produto do trabalho de construção teórica e práticas necessárias “[...] à sua produção como corpo socialmente diferenciado do gênero oposto” (BOURDIEU, 2009, p.34). Assim, ao homem é atribuído o habitus viril, não feminino, e à mulher o feminino, e não masculino. Para o autor esse é um trabalho de construção simbólica, que não está ligado apenas a performances e representações, como se fossem frutos do arbítrio e facilmente mutáveis , mas supõe uma transformação profunda e duradoura dos corpos e dos sexos, que determina as condutas possíveis para cada gênero, sobretudo no uso sexual de seus corpos. Cada um incorporará um habitus marcado pelos signos de seu gênero, e a partir daí os papéis sociais do homem e da mulher serão estruturados.

Assim, sem entrarmos a fundo nas várias nuances da violência de gênero, compreendemos que a violência de gênero se reproduz nas relações de poder sendo uma forma particular de violência, enraizada no sistema patriarcal, na qual os homens exercem uma dominação sobre as mulheres, podendo para isso usar as mais diversas formas de violência. Dentro dessa perspectiva, o patriarcado é visto como um fator preponderante na produção da violência de gênero, uma vez que é através desse sistema que ocorrem as assimetrias de gênero e consequentemente, o processo de dominação/exploração (ARAÚJO, 2008).

Assim, este artigo tem como objetivo principal analisar, através de uma perspectiva de gênero, o Massacre de Nanquim, ou também conhecido como Estupro de Nanquim, ocorrido no final da década de 1930, na China, durante a  Segunda Guerra Sino-Japonesa, na Segunda Guerra Mundial.

 

Breve histórico sobre a Segunda Guerra Sino-Japonesa

Entre os anos de 1937 e 1945, aconteceu a Segunda Guerra Sino-Japonesa, conhecida na China como Guerra de Resistência, no sentido de ter sido uma série de batalhas nos anos citados acima, em que batalhas foram travadas contra o Império Japonês. Vale mencionar que o conflito inicia antes da Segunda Guerra Mundial, e finaliza apenas com a rendição dos Japoneses às tropas Aliadas em setembro de 1945, ou seja, um mês após o lançamento das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.

O bombardeio de Hiroshima (06/08/1945) e Nagasaki (09/08/1945) foi uma ação empreendida pelos Estados Unidos para aterrorizar a população japonesa e, assim, evitar uma invasão ao país para finalizar a Segunda Guerra Mundial. Desse modo, o ataque a Hiroshima juntamente com o de Nagasaki representou o fim definitivo da 2ª Guerra Mundial. Pressionados pela destruição das bombas e já sem recursos para continuar, o Império Japonês rendeu-se aos Aliados da Segunda Guerra Mundial em 2 de setembro de 1945, oficializando o fim da guerra.

Desde a última década do século XIX, o Império Japonês e a China tinham tensões, desse modo entre 1894 e 1895 ocorreu a Primeira Guerra Sino-Japonesa, buscando um possível controle sobre a Coreia, ainda não dividida no período, e que como consequências causou a Guerra Russo-Japonesa de 1904-1905, um conflito entre o Império Japonês e o Império Russo, evidenciado por uma disputa das duas nações pelo território da China e da Manchúria.

Durante a Primeira Guerra Sino Japonesa, a Rússia auxilia os chineses em alguns combates buscando oportunizar a situação com o objetivo de anexar territórios do país. A situação se agrava quando o Império Japonês, se enxerga com afrontado pelos russos, por terem tido a mesma pretensão anteriormente, e desse modo ocorre o confronto entre asiáticos e europeus. Além de incidentes, em japonês, jihen, ou seja, batalhas campais contra os chineses, nomeadas assim pelos japoneses, no sentido de nenhum país ter declarado guerra ao outro.

Dentre os incidentes mais famosos, destacam-se o Incidente da Manchúria em 1931, quando o Império Japonês explodiu uma estrada de ferro próximo a cidade de Mudken, atual Shenyang. Ressaltamos que a Invasão da Manchúria em 1931, representou para o mundo da época o forte poderio militar, assim como as pretensões imperiais japonesas na Ásia.         

Em 1937 o Incidente da Ponte Marco Polo, monumento localizado atualmente na cidade de Pequim foi construída entre os anos de 1189 e 1192, recebendo uma restauração pela dinastia Kangxi ao fim do século XVII. O nome da ponte em mandarim é Lugouqiao. No Ocidente, recebe o nome de Ponte Marco Polo, pois acredita-se que o explorador italiano tenha descrito esta obra arquitetônica em suas anotações sobre a viagem que fez pelo Ásia durante o século XIII.  Em 1937, a batalha ocorrida próxima a essa construção, marcou o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa, vale mencionar que até o ano de 1941, a guerra foi lutada de forma independente pelos países participantes.  Sobre a influência de países europeus, e dos Estados Unidos no conflito, o pesquisador Bruno Magno (2018), afirma que:

“Os elementos políticos, econômicos e militares que permitiram a eclosão da Segunda Guerra Sino-Japonesa e da Segunda Guerra Mundial na Ásia podem ser encontrados principalmente nas décadas de 20 e 30 do século passado. Porém, pode-se traçar seus antecedentes ainda no século XIX. Neste sentido, o principal fenômeno antecedente foi a disputa imperialista entre as potências polos do Sistema Internacional por novas áreas de domínio econômico exclusivo. O modo de atuação de tais potências pressionou as nações e povos da Ásia a buscar soluções autóctones para o seu desenvolvimento socioeconômico e para a sua inserção no sistema capitalista”.

Em outras palavras, o conflito recebe influência externa, pois desde o início do século XX, por conta do fortalecimento militar, político e econômico japonês, nações europeias como a Grã-Bretanha, visando manter sua hegemonia em diferentes partes do mundo, busca entrar no conflito, mesmo que a China, principal inimiga e vítima dos japoneses no período buscasse resolver as tensões existentes por quase meio século de forma independente.

Assim, a Guerra se estende durante nove anos, e de certa maneira, por parte do conflito ter acontecido simultaneamente durante a Segunda Guerra Mundial, eventos trágico ocorridos na ocasião ficaram encobertos, como por exemplo, o Massacre de Nanquim, o qual será analisado nesse artigo sob a ótica das questões de gênero.

 

O Massacre de Nanquim

No dia em 13 de dezembro de 1937, o Exército Imperial Japonês, sob as ordens do general Asaka Yasuhiko, invadiu Nanquim, até então Capital da China. Durante cerca de seis semanas, houve um massacre sistemático aos chineses, e um estupro em massa de adolescentes e mulheres. De acordo com Altino Silveira Silva (2011, p. 116): “Garotas de 11 e 12 anos e mulheres de 50 não escapavam dos abusos perpetrados pelos soldados. Caso eles encontrassem alguma resistência, elas eram alvejadas com tiros ou golpeadas com a baioneta. Resistir era fatal”.

O estupro é uma forma de tortura e de violação dos corpos femininos. As mulheres são vistas como corpos pela sociedade, e, consequentemente são objetitificadas. Assim, seus corpos são vistos como objetos cujas finalidades são a satisfação sexual masculina e a reprodução (KRUGER, 2020).

Silva (2011), afirma que na cultura chinesa, o estupro não era apenas um crime contra as mulheres, mas sim uma ameaça à linhagem familiar e a pureza étnica. De acordo com Silva (2011, p.112): “O estupro era avaliado pelos chineses como uma forma de violência simbólica, pois carregava consigo uma agressão a toda a coletividade, sendo esta a unidade familiar e o grupo étnico”.

Durantes os estupros ocorridos em Nanquim nos finais da década de 1930, Silva (2011), aponta que foram usados tanto o órgão sexual masculino quanto objetos inanimados, tais como garrafas quebradas e canos de armas. Vale ressaltar, que o estupro também é uma forma de violência psicológica. Desse modo, as mulheres eram humilhadas, ameaçadas, constrangidas e eram obrigadas a ficar nuas na frente dos homens. Quando algum membro da família tentava defender algumas mulheres, esses sofriam agressões, quando não eram sumariamente assassinados (SILVA, 2011).

Os documentos não apresentam um número total das vítimas de estupro no Massacre de Nanquim, mas tem-se como certo, o número de ao menos 20.000 estupros estimados pelo Tribunal Internacional do Extremo Oriente. (SILVA, 2011).

Silva (2011) aponta que são poucas as informações sobre a faixa etária das vítimas. Entretanto, apesar das poucas informações, o autor afirma que durante todo o período analisado, 13 de dezembro de 1937 a 18 de fevereiro de 1938, foram identificadas nas fontes 1.904 mulheres envolvidas em abusos sexuais. Se distribuirmos o número de mulheres pelos 67 dias apuramos a média de 28 vítimas ao dia. A tabela abaixo mostra a faixa etária das vítimas.

 

Tabela 1- Tabela de faixa etária, quantidade de vítimas e porcentagem.
Fonte: SILVA (2011)

 

Silva (2011), afirma que a separação de idade dos 08 aos 14 na tabela acima se dá porque a maioria das meninas nessa idade ainda eram virgens. De acordo com o autor (2011, p.124): 

“[...] Eles avaliavam as condições das vítimas, a faixa etária demonstra que escolhiam as mulheres com o duplo objetivo, obter mulheres mais atraentes e sem doenças venéreas. Por sua vez, a violência também não era uma completa irracionalidade, praticada durante o abuso; ela era, com efeito, um instrumento para a submissão da mulher, agressões essas pautadas nas assimetrias de poder entre os gêneros e no uso do terror e da força”.

Depois dos abusos sexuais que as mulheres de Nanquim sofriam, essas, no geral, tinham três destinos: a prostituição, serem amantes dos soldados japoneses, ou escravas sexuais. Estas últimas também eram denominadas de jûgun ianfu. Essa era uma expressão japonesa que significa “mulheres para o conforto de militares”, porém, na verdade, trata-se de um eufemismo para designar as mulheres submetidas à escravidão sexual pelos militares daquele país durante a Segunda Guerra Mundial (SILVA, 2011).

Alguns historiadores afirmam que o estupro sistemático das mulheres de Nanquim, foi praticado como uma “arma de guerra”. Silva (2011, p. 163), aponta: “Nas guerras, muitos preceitos estabelecidos nos códigos de conduta são abolidos, atitudes consideradas desviantes são incentivadas e a sensação de insegurança é uma constante”.

O número de bordéis durante o Massacre de Nanquim cresceu, pois, segundo Silva (2011), esse era um meio encontrado pelos japoneses para manter o controle social e diminuir os estupros. Assim, inseridas em uma ordem patriarcal, na qual as mulheres são vistas acima de tudo como corpos, cujo único objetivo é o prazer e a reprodução, o sexo e os estupros foram justificados como uma forma de confortar os soldados diante as privações e tensões diárias.

Desse modo, compreendemos que o Massacre de Nanquim foi um fenômeno pautado na violência de gênero, no qual os conflitos armados fazia parte do processo de construção da masculinidade, que por sinal, perpetuava as relações desiguais de poder entre os gêneros em meio às assimetrias socioeconômicas e ao estranhamento étnico.  Em meio a um cenário caótico, em plena Segunda Guerra Mundial, a situação social das mulheres era agravada, o que faz aflorar a situação de desigualdade que as mulheres estavam submetidas na estrutura patriarcal (SILVA, 2011).

 

Considerações finais

Apesar de todas as atrocidades, o Massacre de Nanquim tem sido alvo de revisionismo histórico, principalmente por parte dos japoneses, que em síntese, minimizam os horrores cometidos na cidade de Nanquim e condecoram os oficias responsáveis por esse massacre. No ano de 2016, o Japão também se negou a pagar sua parte no que tange ao financiamento da Unesco em resposta à inclusão de documentos do Massacre de Nanquim no Registro de Memória do Mundo (LEPINSKI, 2020).

Todavia, apesar desse revisionismo, principalmente após os anos 2000, o Massacre de Nanquim tem ganhado cada vez mais os espaços acadêmicos.  De acordo Silva (2011, p.14).

“Isso fica demonstrado pelas datas de publicação dos livros e produção dos documentários audiovisuais. Pode-se perceber que foi somente na década de 1990 foram publicados os primeiros livros, nos idiomas inglês e francês, e apenas na década de 2000 foram produzidos os primeiros documentários audiovisuais e filmes”.

Com base em documentos e testemunhas, o Tribunal Internacional de Tokyo, criado pelos países Aliados, após o fim da guerra, para julgar os crimes de guerra cometidos pelos japoneses, estimasse que mais de 200.000 chineses foram mortos pelos japoneses nas seis primeiras semanas posteriores a invasão . As atrocidades cometidas pelos invasores à cidade de Nanquim como saques, assassinatos, incêndios, e o foco desse artigo, o estupro em massa de milhares de mulheres, bem como a criação de dezenas de bordéis, nos quais as mulheres chinesas eram obrigadas a fazer sexo com os militares (SILVA, 2011).

As mulheres de Nanquim, foram vítimas de violência de gênero, isso porque objetificadas dentro de uma ordem patriarcal, elas foram submetidas a prostituição, a venda de esposa e a escravidão sexual. Acrescenta-se, ainda, a violência psicológica, já que essas mulheres sofriam humilhações e discriminações constantes.

Desse modo, este artigo teve como objetivo principal analisar o Massacre de Nanquim através de uma perspectiva de gênero e elucidar a história das mulheres, no contexto da Segunda Guerra Mundial, que muitas vezes é silenciada e invisibilizada.

 

Referências

Tanya Mayara Kruger - Mestra em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Ariel Cherxes Batista - Mestre em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

 

ARAÚJO, Maria de Fatima. Gênero e violência contra a mulher: o perigoso jogo de poder e dominação. Psicologia para América Latina, v. 14, p. .0-00, 2008.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 6ª Ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

KRUGER, Tanya Mayara. Por trás das urnas: mulheres poder e política no Espírito Santo (1982-2018). 158f. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História Social das Relações Políticas, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, 2020.

LEPINSKI, Paula. Massacre de Nanquim: pior atrocidade do Japão Imperial. Blog Aventuras na História, 2020. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-massacre-de-nanquim-japao-imperial.phtml

MAGNO, Bruno. Revolução nacional e guerra prolongada na China: análise estratégica e operacional da Segunda guerra sino-japonesa (1937-1945). 164f. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais). Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos Internacionais da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2018.

SILVA, Altino Silveira. O “Massacre de Nanking” e a violência de gênero contra as mulheres, China (1937-1938). 174 f. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós- Graduação em História Social das Relações Políticas, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, 2011.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul./dez. 1995.

14 comentários:

  1. Parabéns pelo texto e pelo levantamento de questões que ainda são sensíveis da História humana. Gostaria de saber se durante a pesquisa de vocês ,tendo em vista dos recentes negaciosismos japoneses a respeito de seus crimes de guerra, houveram fontes que apresentaram algum tipo de retratação do Japão. Como vocês observam autores de mangás como Naoki Hyakuta de Eien no Zero que trazem revisionismos sérios a esses acontecimentos, relativizando-os.
    Agradeço a atenção

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    1. Ola, boa tarde. O que ocorre é uma disputa de narrativa. Os japoneses em seu discuros oficial tendem a negar o número total de vitímas no massacre,assim como relatar a narrattiva a seu favor. No ano de 2016, o Japão se negou a pagar a sua parte do financiamento da Unesco em resposta à inclusão de documentos do Massacre de Nanquim no Registro de Memória do Mundo.

      O link abaixo é de um artigo que relata essa disputa de narrativa.
      https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-massacre-de-nanquim-japao-imperial.phtml?xid=1000

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  2. Muito interessante o texto. Eu já li também que a violência de gênero em Nanquim foi uma resposta a "falta de honra" dos chineses durante a guerra, e muitas vezes esse discurso é acionado para justificar as atrocidades que os japoneses cometeram. Vocês podem falar um pouco sobre isso?

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    1. Ola, boa tarde. Nunca li nada a respeito sobre essa afirmação. O estupro foi usado como arma de guerra,pois o estupro era visto como uma forma de desonrar as mulheres chinesas. Tanto, que a tabela acima mostra que a maioria das chinesas que foram estupradas eram praticamente crianças, visto que se tinha a ideia de que essas meninas eram virgens.
      Um filme que demonstra bem essa ideia de densora feminina no Massacre de Nanquim é "Flores do Oriente".

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  3. Bom dia, muitos parabéns pelo texto.

    No memorial das vítimas do massacre de Nanjing, os chineses apontam para 300.000 mil vítimas. Este é um assunto muito controverso entre nas relações sino-japonesas. Como veem essa negação por parte do Japão?

    Daniele Prozczinski

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    1. Ola, boa tarde. O que ocorre é uma disputa de Narrativa.Os japoneses não negam o massacre em si, mas negam o número total de vítimas. Além disso,no ano de 2016, o Japão se negou a pagar a sua parte do financiamento da Unesco em resposta à inclusão de documentos do Massacre de Nanquim no Registro de Memória do Mundo.

      O link abaixo é de um artigo que relata essa disputa de narrativa.
      https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-massacre-de-nanquim-japao-imperial.phtml?xid=1000

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  4. Em nome da dupla agradeço sua leitura, e os parabéns. Em relação ao negacionismo japonês sobre o ocorrido, consideramos uma visão equivocada, visto o fato de que existe vasta bibliografia recente que reitera o número de vítimas na cifra de 300.000 mil. Posso citar, o livro O Estupro de Nanquim, da escritora Iris Chang, publicado em 1997. O livro em questão serviu de base para a produção do documentário, "The Rape of Nanking”, produzido em 2007, por Anne Pick e William Spahic

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    1. O negacionismo japoneses ocorre através de uma disputa de narrativa. Mesmo quase um século depois, o Japão ainda argumenta fatos contraditórios. Tais como: no ano de 2016, o Japão se negou a pagar a sua parte do financiamento da Unesco em resposta à inclusão de documentos do Massacre de Nanquim no Registro de Memória do Mundo.

      O link abaixo é de um artigo que relata essa disputa de narrativa e do negacionismo japones ler:
      https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-massacre-de-nanquim-japao-imperial.phtml?xid=1000

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  5. Boa noite. Quero parabenizá-los pela atenção que o texto dá à violência de gênero no contexto do conflito entre chineses e japoneses.

    O texto fala que o estupro na cultura chinesa era considerado uma violência simbólica. Houve alguma resposta do governo chinês às atrocidades cometidas pelos japoneses contra as chinesas? Se sim, quais?

    Daniel Gonçalves da Costa Leite.

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    1. Ola, boa tarde. O que ocorre é uma disputa de Narrativa.Os japoneses não negam o massacre em si, mas negam o número total de vítimas. Além disso,no ano de 2016, o Japão se negou a pagar a sua parte do financiamento da Unesco em resposta à inclusão de documentos do Massacre de Nanquim no Registro de Memória do Mundo.

      O link abaixo é de um artigo que relata essa disputa de narrativa.
      https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-massacre-de-nanquim-japao-imperial.phtml?xid=1000

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  6. Olá, bom dia. As mulheres de uma forma geral, em qualquer cultura, foram sempre objetificadas. Peter Stearns (2007) afirma que mais cedo ou mais tarde, em qualquer lugar do globo, o patriarcado se desenvolveu. Desse modo, o estupro em sim, não só no Massacre de Nanquim, mas em quaisquer outras batalhas, é uma forma de dominação/ exploração masculina.
    Entretanto, o que chama atenção no Massacre de Nanquim é a quantidade de mulheres que foram estupradas, bem como a idade dessas. Isto é, não era só o estupro em si, mas também havia uma preocupação em ser com meninas muito novas, pois era provavel que essas fossem virgens, entrando aí a questão da desonra e do estupro como arma de guerra.
    Um filme que demonstra bem essa questão da ideia de densora feminina no Massacre de Nanquim é "Flores do Oriente". Apesar de ser um filme ocidental, acredito que ele trabalha bem com a ideia da desonra.

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